segunda-feira, 13 de junho de 2011

Famílias de políticos dominam partidos no Amazonas

Na maioria dos partidos, a relação familiar mais comum é a de pais e filhos.

Manaus - Ao menos sete grandes partidos políticos no Amazonas, registrados no Tribunal Superior Eleitoral, são controlados por famílias, que se revezam em cargos de dirigentes e militantes. PSDB, PP, PTB, PT, PMN, PSB, PCdoB e até o recém lançado, mas que ainda não possui registro do TSE, PSD, se encontram nessa situação.
Na maioria dos partidos, a relação familiar mais comum é a de pais e filhos, que se alternam no controle. No Partido Progressista (PP) o presidente estadual, o ex-deputado Federal Francisco Garcia é pai da deputada federal Rebecca Garcia, filiada ao PP. No Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o presidente regional, deputado federal Sabino Castelo Branco é pai do vereador de Manaus, Reizo Castelo Branco, vice-presidente estadual da legenda, e ex-marido da deputada estadual, Vera Lúcia Castelo Branco, que também é do PTB.
No PSDB, o deputado estadual Arthur Bisneto foi eleito recentemente presidente regional da sigla no Estado. O pai de Bisneto, o ex-senador Arthur Virgílio Neto é o presidente de honra do partido no Estado, mas já presidiu a sigla e é um dos nomes fortes da legenda nacionalmente.
De acordo com Bisneto, não existe nada de surpreendente no fato de sua família ter o controle do PSDB amazonense. Para ele, estranho seria se estivessem em lados opostos. “Acho que não tem problema nenhum, não há nenhuma interferência no partido”.
O deputado também afirmou que não existem vantagens, nem desvantagens em dividir o comando do partido com o pai, mas que as comparações acontecem e podem representar algum tipo de pressão. Bisneto também considera que não foi favorecido na eleição para presidência do PSDB.
Sempre em lados opostos, PT e PSDB têm em comum a relação familiar. No PT de Manaus, um dos filhos do presidente Valdemir Santana, Thiago Santana, é presidente, desde o ano passado, de uma das “Zonais”, diretórios instalados nas quatro zonas de Manaus. O outro filho de Valdemir, Valdir Santana, é militante, mas não ocupa cargo de direção, segundo o presidente.
Valdemir Santana, assim como Arthur Bisneto, disse não ver problemas no fato de seus filhos dividirem o comando do PT, ele também afirmou que não houve nenhuma influência de sua parte na eleição do filho. “Na eleição do meu filho várias chapas concorreram e ele foi eleito democraticamente”.
O ex-prefeito de Manaus, Serafim Corrêa, também compartilha a opinião de tucanos e petistas. Segundo ele, que é presidente de honra do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e pai do ex-deputado federal Marcelo Serafim, que hoje preside o partido no Amazonas, a prática é algo natural e o grau de parentesco entre os filiados não pode ser considerado um fator impeditivo.
“Não vejo nenhuma dificuldade das pessoas serem dirigentes e no PSB quem tem a palavra final são os congressos municipais, estaduais, regionais e nacionais. São eles que escolhem os dirigentes”, disse o ex-prefeito.
Além das relações de pais e filhos, alguns partidos políticos abrigam também maridos e suas mulheres. No Partido da Mobilização Nacional (PMN), o governador Omar Aziz é o atual presidente, tendo como vice a primeira-dama Nejmi Aziz. Prestes a deixar o PMN pelo recém criado Partido Social Democrático (PSD), a divisão de tarefa dos dois não vai sofrer muitas alterações, uma vez que Omar será o presidente estadual e Nejmi a presidente municipal, segundo a vereadora Glória Carrate.
No Partido Comunista do Brasil (PCdoB) o cenário é parecido. A senadora Vanessa Grazziotin é presidente no Amazonas e seu marido, o secretário de Produção Rural, Eron Bezerra também já presidiu o PCdoB. Eron classificou a situação como natural.

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