sábado, 11 de dezembro de 2010

Obama afirma que vazamentos do WikiLeaks são “atos deploráveis”

Casa Branca confirmou conversa do presidente dos EUA com Calderón e premiê turco
Do R7, com agências internacionais
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, qualificou os vazamentos do WikiLeaks como “atos deploráveis”. Obama conversou neste sábado (11), por telefone, com o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, e com o presidente do México, Felipe Calderón, para discutir os vazamentos publicados no site, segundo informações da Casa Branca.

O WikiLeaks divulgou cerca de 250 mil documentos diplomáticos americanos. Segundo o comunicado oficial divulgado hoje pela Casa Branca, Obama ligou para Calderón para falar sobre a Conferência do Clima, realizada na cidade mexicana de Cancún, e aproveitou para condenar o site.

Documentos vazados mostram autoridades mexicanas aproveitando cada contato com o governo americano para pedir ajuda no combate aos cartéis do narcotráfico, em uma aparente perda de controle sobre a violência no norte do México.
Na conversa com o premiê turco, “o presidente manifestou seu pesar pela ação deplorável do WikiLeaks, e os dois líderes concordaram que ela não terá influência ou modificará a estreita cooperação entre Estados Unidos e Turquia", destaca a Casa Branca no comunicado oficial.
Os documentos confidenciais divulgados mostram preocupações dos EUA em relação a supostas intenções de Erdogan de islamizar o Estado da Turquia, país que desde as primeiras décadas do século 20 tem uma administração separada de líderes religiosos. 


Esta foi a primeira vez que Obama se posicionou oficialmente contra os vazamentos de informações confidenciais. No começo do mês, o presidente dos EUA indicou um funcionário apenas para cuidar dos danos causados pelas informações divulgadas pelo WikiLeaks.

Alguns dos de 250 mil documentos fazem referência ao Brasil. Um documento relata, por exemplo, um almoço entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o ex-embaixador americano, Clifford Sobel. Segundo o documento, Jobim fez críticas ao então secretário-geral do Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores), Samuel Pinheiro Guimarães, o que o ministro negou, após o constrangimento. Atualmente, Guimarães é ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), ligada à Presidência.
A divulgação dos documentos causou grande embaraço aos EUA. Muitos telegramas faziam comentários sobre líderes mundiais, como o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente do país, Dmitri Medvedev, descritos como “Batman e Robin”.
O criador do site, o jornalista australiano Julian Assange, 39 anos, foi preso nesta semana no Reino Unido, acusado de estupro pela Justiça da Suécia, numa ação considerada por muitos como uma retaliação ao trabalho do site.
EUA e Suécia negaram qualquer pressão para que Assange fosse preso, e a procuradoria sueca defendeu a ação criminal, dizendo que Assange infringiu as rígidas regras do país sobre crimes contra mulheres, ao levar à frente, em ocasiões separadas, relações sexuais sem preservativo com duas mulheres que pediram para que ele parasse.

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