sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

PF prende parente de deputado sacando R$ 2,6 mi


Homem identificado por George Lins foi preso à tarde e levado para a sede da PF. Dinheiro ficou apreendido. Belarmino Lins foi ao local prestar ajuda ao parente.
[ i ]O delegado da PF Eduardo Izel foi quem ouviu os esclarecimentos de George Lins.
Manaus - A Polícia Federal prendeu, nesta quinta-feira, um homem identificado como George Lins, depois de ele ter sacado R$ 2,6 milhões na agência do Banco do Brasil da Avenida Guilherme Moreira, no Centro de Manaus, por suspeita de lavagem de dinheiro. Segundo a PF, George é parente do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE), Belarmino Lins (PMDB). ‘Belão’, como é mais conhecido o deputado, tem um irmão e um filho com nome de George Lins.
O titular da delegacia de Combate ao Crime Organizado da PF, Caio Pelin, disse que George foi preso depois de uma denúncia de saque de dinheiro oriundo de verbas federais. George foi ouvido na sede da Superintendência da Polícia Federal, no bairro Dom Pedro, na zona centro-oeste, e liberado no início da noite. O deputado Belarmino Lins compareceu à sede da PF no final da tarde. Segundo o delegado, ele foi apenas ajudar o parente, sem participar de depoimentos.
O delegado Caio Pelin não soube afirmar se tratava-se do irmão ou do filho do deputado estadual. “Ele disse que é parente. Não sei qual o grau de parentesco”, afirmou. Segundo Pelin, George vai responder a três inquéritos, sendo um deles por suspeita de lavagem de dinheiro. O delegado federal não quis revelar o enquadramento dos outros inquéritos.
Demac
O Ministério Público do Estado (MPE) investiga a empresa Demac, ligada a família Lins, por irregularidades na construção de obras públicas. Irmãos e sobrinhos de Belarmino Lins são sócios da Demac, empresa que recebeu R$ 22 milhões durante a gestão do ex-governador Eduardo Braga (PMDB). O irmão de Belão identificado como George Lins é um dos sócios da empresa.
Só em 2008, a Demac recebeu R$ 10,5 milhões do governo do Estado por obras não executadas na estrada do Cambixe, no município Careiro da Várzea.
Há, ainda, a suspeita de um idoso de 80 anos ter sido usado como ‘laranja’ para a realização dos contratos da Demac com o governo. Paulo dos Santos concedeu entrevista ao Diário do Amazonas em 2007 dizendo que nunca foi dono de nenhuma empresa. No contrato da Demac, ele aparecia como sócio majoritário.
A investigação tramita na 78ª Promotoria Especializada na Proteção do Patrimônio Público, do MPE.

Nenhum comentário:

Postar um comentário