quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Polícia procura crianças desaparecidas em Manaus

23 de dezembro de 2010
Larissa Balieiro - portalamazonia@redeamazonica.com.br

MANAUS  - A Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) procura, desde o início deste mês, quatro meninas com idades de 9 a 14 em Manaus. Três delas desapareceram no último dia 13. Segundo a titular da delegacia, Linda Gláucia, estes são os únicos registros recentes de desaparecimento na capital.

Sarah Letícia Maricaua Pena, de 9 anos, desapareceu no último dia 13 no bairro Parque São Pedro, zona Centro-Oeste. Segundo a mãe, Elisângela Gregório, 29, a filha deixou um bilhete dizendo que iria para a casa de uma tia em São Paulo (SP), mas a mãe negou a existência da suposta tia. “Tenho certeza que minha filha foi induzida por alguém. Ela não saberia escrever um bilhete assim” disse Gregório.

Outras três crianças desapareceram no mesmo dia. Uma delas é Maria Raquel da Silva, 12. Ela morava no Bairro Japiim, zona Sul. A mãe suspeita que um rapaz teria induzido a menina a furgir de casa. “Eu pedia muito para ela não falar com ele. Eu não confiava nele.” disse Francisca Vilhena, 43, mãe de Raquel.

Ângela Sarah Cunha Gadelha, de 9 anos, também desapareceu no dia 13 de dezembro, do bairro Santo Agostinho, zona Oeste. A mãe, Giovana Cunha Gadelha, 28, afirmou que a filha pediu para ir a um restaurante do bairro e não retornou. A única pista do desaparecimento foi um telefonema de um rapaz chamado “Issax”. Ele teria visto a criança por volta de 1h de segunda-feira (13) em um ônibus da linha 052.

Outro desaparecimento registrado na Polícia é o da adolescente Jéssica de Oliveira da Silva,14. Segundo a mãe da menina, Alvânia de Oliveira, 46, Jéssica teria fugido da casa onde morava, no bairro Armando Mendes, zona Leste, em busca de liberdade. Ela pressionou para que a mãe fosse à igreja e depois mandou uma mensagem via SMS de celular para ela. “Ela dizia que estava longe e que amava muito” afirmou a mãe.

Trotes

Segundo a titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente, Linda Gláucia, a dificuldade maior em localizar as vítimas são os registros de trote no Disk Denúncia da Central de Resgate de Manaus (0800 92 1407). Ela citou o caso de Sarah Ruana, desaparecida desde o dia 28 de outubro de 2007. 

Na época, Sarah tinha 7 anos e estudava na Escola Municipal São Lázaro, no bairro de mesmo nome, zona Sul. Segundo os familiares, ela saiu de casa para comprar pão e não retornou. Os pais alegam que algum conhecido pode ter levado a criança. Linda Gláucia afirmou que as investigações em torno do caso continuam.

"A maioria dos telefonemas são trotes, o que dificulta a ação da Polícia. Outro fator é a relação pais e filhos. As crianças devem ser melhor observadas em casa", alegou Linda Gláucia. 

Abuso Sexual

A delegada também comentou as investigações sobre o caso de abuso sexual do professor Tomas Magalhães Júnior, 42 anos, contra 22 vítimas. Ela afirmou que 17 meninas já reconheceram o acusado. Elas têm idade entre seis e 12 anos. Os crimes teriam sido cometidos na Escola Estadual Rafael Henrique Pinheiro dos Santos, na comunidade Jesus me Deu, na zona Norte. 

De acordo com a Polícia, exames realizados pelo Instituto Médico Legal (IML) revelam que seis crianças sofreram abuso sexual. Em depoimento, Magalhães afirmou ser soropostivo. A delegada negou a possibilidade de transmissão do vírus HIV para as crianças. "Quatro menores que tiveram uma relação mais íntima com o professor já fizeram o exame e o resultado foi negativo”, destacou.

Magalhães teve a prisão preventiva decretada no dia 21 de outubro pelo Juiz de Direito Luiz Alberto Albuquerque, da Vara Especializada em Crimes Contra a Criança e Idoso. O pedagogo foi preso após ser reconhecido pelo pai de uma das vítimas.

O professor foi autuado por estupro de vulnerável e exploração sexual. A pena para o crime de estupro varia de oito a 15 anos de prisão e exploração sexual de quatro a 10 anos de prisão. 

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