sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Amazonas sediará 1º Simpósio Estadual de Tuberculose

19 de novembro de 2010

MANAUS - Com o objetivo de discutir a situação do controle da tuberculose no Amazonas, a Fundação de Medicina Tropical "H. V. Dourado" (FMT/HVD-AM) promove o primeiro Simpósio Estadual de Tuberculose, nesta sexta-feira (19) e sábado (20), a partir das 8h, no auditório Luiz Montenegro.

De janeiro a outubro deste ano, foram notificados 1762 novos casos de tuberculose no Amazonas, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. No mesmo período do ano passado o número foi de 1859. A leve queda no número de notificações não reflete uma real diminuição de casos, de acordo com a Coordenadora Estadual de Controle a Tuberculose, enfermeira Marlúcia Garrido.

“O número ainda pode aumentar devido o atraso do repasse de informações de alguns municípios. Assumimos a coordenação do Programa em março de 2010 e ao avaliarmos o histórico da doença em nosso estado, verificamos que, em geral, a situação é a mesma nos últimos 10-15 anos”, afirma.

A tuberculose é uma infecção causada por um microorganismo chamado Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como bacilo de Koch. A doença geralmente afeta os pulmões, mas pode também atingir outros órgãos do corpo, mesmo sem causar dano pulmonar.

Estima-se que um terço da população mundial esteja infectada com o bacilo da tuberculose. Entretanto, o desenvolvimento da doença é determinado pela condição social das pessoas. “O bacilo só se desenvolve em pessoas cuja imunidade esteja baixa, portanto condições de vida e hábitos alimentares influenciam nesse processo.  As pessoas infectadas por HiV são ainda mais susceptíveis a desenvolver tuberculose.  A tuberculose pulmonar afeta principalmente as classes economicamente desfavorecidas”, afirma Marlúcia.

Segundo a coordenadora, o diagnóstico tardio e o abandono do tratamento também são problemas que agravam a disseminação da doença. “Se a pessoa não procura um médico imediatamente, ela vai transmitir o bacilo até os primeiros quinze dias do início do tratamento, ou seja, quanto mais tempo demorar, maior o período de contaminação”, explica.

A tuberculose é uma doença que tem cura. O esquema básico de tratamento tem duração de seis meses, entretanto Marlúcia alerta a necessidade do cumprimento do esquema completo. “É um tratamento extenso, dividido em duas fases, mas que se não for concluído pode causar a resistência do organismo ao bacilo e a necessidade de tratamentos mais fortes, com medicamentos injetáveis e sem a garantia de cura”, alerta.

Simpósio
Durante o simpósio, os seis municípios prioritários no controle da Tuberculose no Amazonas, que são Manaus, São Gabriel da Cachoeira, Tabatinga, Tefé, Itacoatiara e Parintins, terão a oportunidade de apresentar o trabalho realizado em cada local. “O objetivo é socializar as ações desenvolvidas, fazendo um intercâmbio das ações para juntos elaborarmos novas metas e processos”, explica Marlúcia.

O simpósio também abordará informações sobre o diagnóstico da doença, novos esquemas de tratamento para tuberculose, apresentação de casos clínicos, pesquisas sobre tuberculose e prioridades de pesquisa no Amazonas. O evento é destinado a profissionais da saúde e acadêmicos da área. As inscrições gratuitas são realizadas online no site www.fmt.am.gov.br. (AL)

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